Ao longo dos anos, tornou-se cada vez mais evidente que a eficácia da sindicância no processo de admissão à Ordem Maçônica tem sido questionável. Apesar dos esforços em selecionar candidatos que fortaleçam os pilares da fraternidade, muitas vezes percebe-se uma fragilidade e inconsistência nesse procedimento.
É notável que a indicação de membros capazes de enriquecer as fileiras de uma Loja é uma preocupação constante. No entanto, ao longo desse processo, é perceptível o despreparo significativo por parte dos sindicantes em extrair informações relevantes e tangíveis que possam embasar a discussão sobre a admissão de um candidato na Loja.
Esse despreparo começa pela falta de uma explanação clara sobre o que é a Maçonaria, suas características, natureza, missão e princípios. Além disso, a maneira muitas vezes inadequada de questionar o candidato e as respostas superficiais que são fornecidas contribuem para essa fragilidade.
Com frequência, os candidatos não conseguem articular claramente suas motivações para ingressar na Maçonaria. A curiosidade sobre os chamados “Augustos Mistérios” muitas vezes serve como isca para aqueles que desejam participar da fraternidade, mas sem compreender verdadeiramente seus propósitos.
Os sindicantes devem agir com cautela e discernimento, explicando aos candidatos que a Maçonaria busca o progresso humano através de um processo iniciático que exige dedicação, estudo e comprometimento. Infelizmente, muitos são admitidos na Ordem sem terem um verdadeiro compromisso com seus princípios.
Esse despreparo reflete-se na dinâmica das reuniões maçônicas, onde membros mal preparados têm dificuldade em desempenhar até mesmo as tarefas básicas de um grau maçônico. Isso decorre, em grande parte, de sindicâncias mal elaboradas que aceitam candidatos inadequados para o desenvolvimento da jornada maçônica.
Em muitos casos, encontramos membros arrogantes e desrespeitosos, cujo comportamento é incompatível com os valores da Maçonaria. A falta de orientação adequada desde o início do processo de admissão contribui para esses problemas.
A sindicância exige um exame cuidadoso da vida pregressa do candidato e a avaliação de sua adequação para a fraternidade. Entrevistas realizadas na presença da família ou no ambiente profissional podem fornecer insights importantes sobre o temperamento e a sinceridade do candidato.
É crucial esclarecer aos candidatos que a Maçonaria não é uma seita ou uma religião, e destacar a responsabilidade financeira que eles terão perante a Loja. Manter as tradições da Maçonaria não é ser retrógrado, mas sim garantir a continuidade de uma instituição dedicada ao bem e ao aprimoramento humano.
A sindicância inconsistente contribui para o abandono de muitos membros após sua admissão na Ordem, causando frustração e decepção. É fundamental enfatizar a seriedade e a disciplina necessárias para ser um maçom comprometido.
Em última análise, a sindicância na Maçonaria deve ser conduzida com cuidado, respeito e diligência, visando admitir membros que verdadeiramente compartilhem dos ideais da fraternidade e contribuam para seu enriquecimento espiritual e moral.