A maçonaria é um campo de conhecimento e sabedoria profundamente enraizado em símbolos, números e tradições que transcendem o tempo. O Grau de Mestre Maçom, um dos mais elevados dentro da estrutura maçônica, possui uma rica tapeçaria de ensinamentos que se desenrolam a partir de diversos aspectos simbólicos e numerológicos. Entre essas instruções, a Terceira Instrução do Grau de Mestre Maçom é particularmente fascinante, pois explora a profundidade dos números e suas implicações filosóficas e espirituais.
A Idade Iniciática do Mestre e o Número Sete
A idade iniciática do mestre é justificada pela complexidade e profundidade dos conhecimentos que ele deve incorporar e compreender. O número sete, em particular, desempenha um papel crucial nesse contexto. Tradicionalmente, o número sete é considerado um número de grande prestígio e importância em várias culturas e tradições espirituais. Este número é associado à perfeição e à totalidade, simbolizando a conclusão de um ciclo e a realização do potencial máximo.
Os sete mistérios, que incluem o Sol, a Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno, representam as forças universais que moldam o cosmos. Esses corpos celestes e suas energias são vistas como fundamentais para a criação e sustentação do universo. A influência desses astros se estende a todos os aspectos da vida e do conhecimento maçônico, refletindo a harmonia e a ordem do cosmos.
Os adeptos da filosofia maçônica acreditavam que todas as coisas existentes possuem uma natureza singular, tríplice e sétupla. Assim, um maçom deve entender que a essência do universo e de si mesmo está imersa nessa estrutura de sete aspectos, refletindo a complexidade e a profundidade do conhecimento que um Mestre Maçom deve possuir.
A Trindade Setenária e os Pecados Capitais
A Trindade Setenária é uma parte fundamental da simbologia maçônica, representada em detalhes como as rosetas nos aventais dos Mestres Maçons. Esta trindade é expressa através dos sete pecados capitais, cada um associado a um planeta específico:
- Orgulho (Sol): Representa a arrogância que pode ofuscar os mais fracos.
- Preguiça (Lua): Reflete a passividade abusiva e a falta de ação.
- Avareza (Saturno): Envolve a previsão e a prudência excessiva, que podem levar ao apego material.
- Gula (Júpiter): Relaciona-se ao excesso de generosidade voltada para o próprio ego.
- Inveja (Mercúrio): Reflete a cobiça e a insatisfação constantes.
- Luxúria (Vênus): Trata da exacerbação das qualidades pessoais e desejos.
- Cólera (Marte): Envolve a violência e a irritação descontrolada.
Esses pecados são vistos como desafios que o maçom deve superar para alcançar a verdadeira sabedoria e iluminação. Cada pecado está interligado a um planeta, e a compreensão desses vínculos é essencial para o progresso no caminho maçônico.
A Octonada Solar e o Número Oito
O número oito tem uma relevância especial dentro da maçonaria, representando a dualidade e a expansão. No emblema babilônico do Sol, os raios são divididos em uma dupla cruz, refletindo a estrutura do número oito. Esse número também é associado à letra Het no alfabeto fenício, que evoluiu para o nosso “H” moderno, simbolizando uma nova etapa ou ciclo.
A Eneada e o Tríplice Ternário
A Eneada, ou tríplice ternário, é expressa através de uma prancha dividida em nove quadrados. Esta estrutura representa a manifestação humana e é associada a diversos princípios e atividades:
- Sujeito: O agente da ação.
- Verbo: A atividade.
- Objeto: O resultado.
Cada um desses elementos é essencial para entender a dinâmica da ação e da manifestação, refletindo a complexidade da vida e do universo.
A Década e a Cabala
A Década, na tradição cabalística, representa um sistema de dez princípios que ligam o relativo ao absoluto, o particular ao universal e o finito ao infinito. Esses princípios são:
- Coroa: O princípio de onde tudo emana.
- Sabedoria: O pensamento criador.
- Inteligência: A concepção e geração de ideias.
- Rigor: O domínio moral.
- Graça: O poder que dá e exorta a vida.
- Ordem: A volição estática.
- Vitória: O discernimento que dissipa o caos.
- Esplendor: O encadeamento real de causa e efeito.
- Base: A potencialidade latente.
- Reino: A criação.
A correspondência entre esses princípios e a hierarquia dos oficiais de uma Loja Maçônica ilustra a profunda conexão entre a Cabala e a organização maçônica. Cada princípio cabalístico tem um paralelo na estrutura e função dos membros da loja, refletindo a ordem e a sabedoria que orientam o trabalho maçônico.
O Número Onze e o Duodenário
O número onze é considerado misterioso por unir os números cinco e seis, simbolizando a intersecção entre o microcosmo e o macrocosmo. Essa união representa a compreensão e a ordem que um Mestre Maçom busca atingir ao alinhar-se com o Plano do Grande Arquiteto do Universo.
O Duodenário, baseado na divisão do céu em doze espaços, representa a estrutura e os ciclos da vida e da iniciação. Os doze signos zodiacais, que surgiram dessa divisão, simbolizam as fases e os ciclos da vida humana, refletindo a repetição e a constância dos fenômenos no universo.
Conclusão
A Terceira Instrução do Grau de Mestre Maçom é uma rica fonte de sabedoria e conhecimento. Aprofundar-se nos aspectos numéricos e simbólicos discutidos nesta instrução é essencial para a compreensão completa do papel do Mestre Maçom. O domínio desses conhecimentos permite ao maçom atingir uma verdadeira universalidade da verdade, alinhando-se com os princípios e o Plano do Grande Arquiteto do Universo.
Cada número e cada símbolo não é apenas uma representação superficial, mas uma chave para a compreensão mais profunda dos mistérios do universo e da maçonaria. Ao explorar esses ensinamentos, o Mestre Maçom não só enriquece seu próprio caminho, mas também contribui para o avanço da fraternidade e da busca pela verdade universal.
FAQ: Terceira Instrução do Grau de Mestre Maçom
1. O que é a Terceira Instrução do Grau de Mestre Maçom?
A Terceira Instrução do Grau de Mestre Maçom é um ensinamento profundo dentro da maçonaria que explora o simbolismo e a importância dos números, bem como suas implicações filosóficas e espirituais. Esta instrução detalha o significado dos números sagrados, como o sete, o oito e o onze, e suas conexões com os mistérios universais e maçônicos.
2. Por que o número sete é importante na maçonaria?
O número sete é considerado sagrado e significativo em muitas tradições, incluindo a maçonaria. Ele representa a perfeição e a totalidade, simbolizando a conclusão de um ciclo. Na maçonaria, o número sete está associado aos sete mistérios cósmicos: o Sol, a Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno, que são vistos como forças universais fundamentais para a criação e a manutenção do cosmos.
3. Qual é o papel dos pecados capitais na Terceira Instrução?
Os sete pecados capitais são usados na Terceira Instrução para representar desafios que o maçom deve superar para alcançar a verdadeira sabedoria. Cada pecado está associado a um planeta específico e simboliza aspectos negativos que devem ser controlados e transcendidos. Estes pecados são: Orgulho (Sol), Preguiça (Lua), Avareza (Saturno), Gula (Júpiter), Inveja (Mercúrio), Luxúria (Vênus) e Cólera (Marte).
4. O que é a Octonada Solar e qual é a sua importância?
A Octonada Solar refere-se ao número oito, que é representado no emblema babilônico do Sol através de uma dupla cruz. O número oito simboliza a dualidade e a expansão, e é associado à letra Het no alfabeto fenício, que evoluiu para o “H” moderno. Na maçonaria, o número oito é significativo por representar a continuidade e a nova etapa de ciclos.
5. Como a Eneada ou Tríplice Ternário é usada na maçonaria?
A Eneada, ou tríplice ternário, é expressa através de uma prancha dividida em nove quadrados, simbolizando a manifestação humana e as dinâmicas de ação e resultado. Os nove quadrados representam conceitos como sujeito, verbo e objeto, e são usados para ilustrar a interação entre o pensamento, a ação e o resultado.
6. O que é a Década na Cabala e como se relaciona com a maçonaria?
A Década na Cabala é um sistema de dez princípios que conectam o relativo ao absoluto e o finito ao infinito. Esses princípios são: Coroa, Sabedoria, Inteligência, Rigor, Graça, Ordem, Vitória, Esplendor, Base e Reino. Cada um desses princípios tem um paralelo na hierarquia de uma Loja Maçônica, refletindo a ordem e a organização dentro da fraternidade.
7. Por que o número onze é considerado misterioso?
O número onze é visto como misterioso porque resulta da união dos números cinco e seis, representando a intersecção entre o microcosmo e o macrocosmo. Esta união simboliza a compreensão profunda que um Mestre Maçom deve alcançar para alinhar-se com o Plano do Grande Arquiteto do Universo.
8. O que é o Duodenário e como ele se aplica à maçonaria?
O Duodenário refere-se à divisão do céu em doze espaços iguais, associados aos signos zodiacais. Na maçonaria, essa divisão representa ciclos e fases da vida e da iniciação, simbolizando a repetição e a constância dos fenômenos no universo. O Duodenário é um exemplo de como os ciclos naturais se refletem na experiência humana e espiritual.
9. Como a compreensão desses números e símbolos afeta o trabalho de um Mestre Maçom?
A compreensão dos números e símbolos descritos na Terceira Instrução é essencial para um Mestre Maçom porque permite uma interpretação mais profunda dos mistérios universais e maçônicos. Esse conhecimento proporciona uma visão mais clara do caminho espiritual e filosófico, ajudando o maçom a atingir a verdadeira sabedoria e a universalidade da verdade.
10. Onde posso aprender mais sobre a Terceira Instrução e outros aspectos da maçonaria?
Para aprender mais sobre a Terceira Instrução e outros aspectos da maçonaria, você pode consultar fontes maçônicas, participar de discussões e estudos em lojas maçônicas e seguir perfis dedicados à fraternidade, como o Instagram da Fraternidade Universal.